quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Mundo novo surgirá, homens novos nascerão! (texto 1)


Série: Mundo novo surgirá, homens novos nascerão!

Pecados sociais

Num mundo onde as luzes da fé e da razão se confundem, somos continuamente chamados e alertados por Deus para continuarmos remando contra as ondas da descrença figurativa e do ceticismo.
É notável em nossa sociedade a deturpação de conceitos religiosos e morais em favor de uma suavização das conseqüências que o erro, que o pecado, causa.

Para entendermos qual o nosso papel e missão frente a esse desafio é preciso ter em mente que com o tempo, o mal toma novas formas e se adapta no uso de diversas máscaras, que a princípio parecem relativas, mas, não são, são objetivas e causam estragos catastróficos.

Dom Gianfranco Girotti
(Regente Emérito da Penitenciária Apostólica)
Hoje, quero falar com vocês sobre as “novas” formas de pecado, os pecados sociais.

Sobre isso, Dom Gianfranco Girotti, regente emérito da Penitenciária Apostólica da Santa Sé diz: “Se, no passado, o pecado tinha uma dimensão demasiadamente individualista, hoje possui uma valência, uma ressonância, além do individualismo, mas, sobretudo social por causa do grande fenômeno da globalização. De fato, a atenção ao pecado se apresenta mais urgente hoje do que no passado. Por causa dos seus reflexos quem são mais amplos e mais destrutivos.”

Podemos, justamente por conta de estar “figurados”, nos perguntar:
Onde estão e quais seriam essas novas formas de pecado?
Como elas se manifestam?

Dom Gianfranco, respondendo a essa questão, continua “Antes de tudo, na área da bioética, aonde não podemos deixar de denunciar algumas violações nos direitos fundamentais da natureza humana através de experimentos, manipulações genéticas.

A área das drogas também é social. Ela enfraquece a psique e se obscura a inteligência deixando muitos jovens fora do circuito eclesial. Outro exemplo se encontra na realidade econômica aonde os mais pobres se tornam sempre mais pobres e os ricos, sempre mais ricos, alimentando uma insustentável injustiça social. Exemplifico, ainda, a área da ecologia que possui, hoje, um relevante interesse.”

Não só Dom Gianfranco, mas também o Santo Padre Bento XVI recentemente num de seus pronunciamentos falou sobre.
E, segundo o Santo Padre, essas transgressões, que vão além dos direitos individuais, têm dimensão social e produzem impactos grandiosos.
Além de diagnosticá-los tão presentes no mundo em que vivemos, Bento XVI, assim como Dom Gianfranco, cita alguns deles: Desigualdade social, manipulação genética (manipulação na/da espécie humana), uso e tráfico de drogas e poluição ambiental.

Irmãos, diante dessas realidades, hora ocultas a nosso saber, mas agora reveladas claramente pela Igreja, temos que assumir nosso papel de cristãos alinhados ao evangelho e denunciar tudo aquilo que tem sido sinal de morte. Visto que a referência para essa concepção é sempre à relação da aliança com Deus e com os irmãos, quando ficamos alheios à denúncia das novas formas de pecado social, estamos rompendo essa aliança, pois, os mesmos, além de causar males a nós mesmos (quer consciente ou inconscientemente), trazem reflexos e conseqüências espantosas.

Profeticamente e concretamente somos chamados a lutar contra tudo o que fere nossa condição de filhos de Deus, e essa luta deve dar-se no nosso cotidiano, em nossas casas e comunidades, nos locais de estudo e trabalho, em nossos bairros e cidades.

É preciso que tomemos consciência do poder de articulação e da ressonância de nossa voz na sociedade e assim façamos a diferença, na certeza de que desse modo contribuímos para a instauração do Reino de Deus que transforma e nos faz reinventar e reavaliar a vida, trazendo a eternidade mais perto do aqui e do agora.


Deus nos abençoe e nos faça sinais de sua presença no mundo!

Seu amigo, 

Seminarista Gabriel Ribeiro.

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