Série: Mundo novo surgirá, homens novos nascerão!
Pecados
sociais
Num mundo onde as luzes da fé e da razão se confundem, somos
continuamente chamados e alertados por Deus para continuarmos remando contra as
ondas da descrença figurativa e do ceticismo.
É notável em nossa sociedade a deturpação de conceitos
religiosos e morais em favor de uma suavização das conseqüências que o erro,
que o pecado, causa.
Para entendermos qual o nosso papel e missão frente a esse
desafio é preciso ter em mente que com o tempo, o mal toma novas formas e se
adapta no uso de diversas máscaras, que a princípio parecem relativas, mas, não
são, são objetivas e causam estragos catastróficos.
Dom Gianfranco Girotti (Regente Emérito da Penitenciária Apostólica) |
Hoje, quero falar com vocês sobre as “novas” formas de pecado,
os pecados sociais.
Sobre isso,
Dom Gianfranco Girotti, regente emérito da Penitenciária Apostólica da
Santa Sé diz: “Se, no passado, o pecado
tinha uma dimensão demasiadamente individualista,
hoje possui uma valência, uma ressonância, além do individualismo, mas,
sobretudo social por causa do grande fenômeno da globalização. De fato, a
atenção ao pecado se apresenta mais urgente hoje do que no passado. Por causa
dos seus reflexos quem são mais amplos e mais destrutivos.”
Podemos,
justamente por conta de estar “figurados”, nos perguntar:
Onde estão e quais
seriam essas novas formas de pecado?
Como elas se manifestam?
Dom
Gianfranco, respondendo a essa questão, continua “Antes de tudo, na área da
bioética, aonde não podemos deixar de denunciar algumas violações nos direitos
fundamentais da natureza humana através de experimentos, manipulações
genéticas.
A área das
drogas também é social. Ela enfraquece a psique e se obscura a inteligência
deixando muitos jovens fora do circuito eclesial. Outro exemplo se encontra na
realidade econômica aonde os mais pobres se tornam sempre mais pobres e os
ricos, sempre mais ricos, alimentando uma insustentável injustiça social.
Exemplifico, ainda, a área da ecologia que possui, hoje, um relevante
interesse.”
Não só Dom
Gianfranco, mas também o Santo Padre Bento XVI recentemente num de seus
pronunciamentos falou sobre.
E, segundo o
Santo Padre, essas transgressões, que vão além dos direitos individuais, têm
dimensão social e produzem impactos grandiosos.
Além
de diagnosticá-los tão presentes no mundo em que vivemos, Bento XVI, assim como
Dom Gianfranco, cita alguns deles: Desigualdade social, manipulação genética
(manipulação na/da espécie humana), uso e tráfico de drogas e poluição
ambiental.
Irmãos,
diante dessas realidades, hora ocultas a nosso saber, mas agora reveladas
claramente pela Igreja, temos que assumir nosso papel de cristãos alinhados ao
evangelho e denunciar tudo aquilo que tem sido sinal de morte. Visto que a
referência para essa concepção é sempre à relação da aliança com Deus e com os
irmãos, quando ficamos alheios à denúncia das novas formas de pecado social,
estamos rompendo essa aliança, pois, os mesmos, além de causar males a nós
mesmos (quer consciente ou inconscientemente), trazem reflexos e conseqüências
espantosas.
Profeticamente
e concretamente somos chamados a lutar contra tudo o que fere nossa condição de
filhos de Deus, e essa luta deve dar-se no nosso cotidiano, em nossas casas e
comunidades, nos locais de estudo e trabalho, em nossos bairros e cidades.
É preciso que tomemos consciência do poder de
articulação e da ressonância de nossa voz na sociedade e assim façamos a
diferença, na certeza de que desse modo contribuímos para a instauração do
Reino de Deus que transforma e nos faz reinventar e reavaliar a vida, trazendo
a eternidade mais perto do aqui e do agora.
Deus nos abençoe e nos faça sinais de sua presença no mundo!
Seu amigo,
Seminarista Gabriel Ribeiro.
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