quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sagradas Escrituras

Mês de Setembro: Mês da Bíblia




Sagradas Escrituras:
“Palavra de Deus em Palavras humanas”.



Parte III



Etapas da revelação



A revelação é um ato de decisão, vontade, bondade, amor e sabedoria de Deus. A revelação também possui a característica teológica e a antropológica.
A teológica é a afirmação de Deus que revela a si mesmo, ou seja, quem Ele é. Por sua vez a antropológica é Deus revelando seu plano de salvação ao homem, no caso é a revelação do que Ele pretende. Sendo assim, fica claro que o conteúdo da revelação é o próprio Deus e o homem por Ele amado.
Quando Deus fala ao homem ele o faz por meio de profetas e hagiógrafos inspirados pelo Espírito Santo. O hagiógrafo não é uma pessoa utilizada de forma mecânica, mas antes é aquele que por primeiro vive e experimenta a Palavra proferida por Deus. Então, Deus como autor principal, por meio da assistência do Espírito Santo transmite sua mensagem por meio dos profetas e hagiógrafos.

“Deus é o autor principal da Sagrada Escritura. “As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito e se manifestam na Sagrada Escritura, foram consignadas sob inspiração do Espírito Santo””[i].

Todo hagiógrafo está inserido dentro de um povo, e representa toda uma comunidade orante e de fé. Comunidade esta de onde foi suscitado homens que após uma profunda experiência de Deus continuam a transmitir a Palavra dada por Ele. Primeiramente o fazem por tradição oral, onde os ensinamentos são transmitidos de geração em geração. Após um tempo essas tradições orais são colocadas em escritos por meio dos escritores sagrados que ao serem assistidos pelo Espírito de Deus, colocam em caracteres humanos aquilo que é da vontade divina.
É de grande importância lembrar que, tanto os profetas quanto os escritores sagrados estão inseridos dentro de um povo que possui uma cultura, com história e costumes. Todos esses fatores influenciam na transmissão da Palavra, seja pela tradição oral ou escrita. Com isso as narrativas e a escrita do texto inspirado entram em contato com muitas expressões, vontades, desejos e anseios da comunidade a qual ela foi revelada.
Esse fato faz com que muitos cientistas, pesquisadores e até mesmo teólogos que buscam apenas a verdade histórica, esquecendo-se da característica divina da mensagem revelada, abordem as Sagradas Escrituras apenas com um olhar histórico crítico, limitando a Palavra revelada a um aglomerado de fatos à serem investigados historicamente, questionando assim, a autenticidade e a verdade teológica presente nas Escrituras.
Esse fato leva a questionamentos como: Afinal, a bíblia é ou não verdade? Tudo o que ela apresenta deve ser considerado como autêntico? E o que fazer com a falta de comprovação histórica dos fatos narrados? E os inúmeros questionamentos sobre os milagres relatados tanto no antigo testamento quanto no novo? Então a Bíblia é uma mentira? Dentre outros.
Para uma possível resposta a essas perguntas é preciso antes compreender o que anteriormente foi apresentado, ou seja, a compreensão de que no texto contido nas Sagradas Escrituras está antes de tudo a Mensagem Divina Revelada. Tendo compreendido a Bíblia enquanto Palavra Revelada por Deus, em um contexto, fica mais fácil a compreensão da segunda dimensão das Sagradas Escrituras, ou seja, a dimensão antropológica da revelação, e isso irá oferecer meios para buscarmos respostas a esses questionamentos.


 Sem. Diego Novaes 

Obs: Amanhã estarei colocando um vocabulário para auxiliar na compreensão dos textos.


[i] Catecismo da Igreja Católica, p. 39, parágrafo 105

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