domingo, 30 de setembro de 2012

ENCERRAMENTO do MÊS DA BÍBLIA


"A Palavra de Deus não são meras palavras.
A Palavra é uma pessoa que fala a outra pessoa.
E, por ser pessoa, busca e estabelece uma relação:
'Vós nos amastes primeiro para que vos amássemos.
Não tínheis necessidade de ser amado por nós,
mas não poderíamos atingir o fim para o qual fomos criados,
se não vos amássemos' (Guilherme de Saint-Thierry).
Assim, desenrolando o livro em Comunidade,
a Palavra encontra a nossa pessoa,
faendo nascer uma relação de gratidão e gratuidade;
abre os nossos ouvidos e os nossos olhos;
concede a grandeza de sermos filhos e fihas de Deus;
renova a disposição de servir;
concede alma aos nossos gestos e palavras;
amacia o coração e solta a nossa língua,
enviando-nos em missão."


Documento 97 da CNBB:
Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja

Comentário - Evangelho do Dia





26º Domingo do Tempo Comum - Parábola do rico e de Lázaro: 16,19-31

19- Havia um homem rico que vestia roupas esplêndidas e finas e todos os dias se banqueteava com requinte. 20- E havia um pobre, de nome Lázaro, que jazia, coberto de úlceras, no limiar de sua porta, 21- desejando saciar-se do que era rejeitado da mesa do rico; mas ate os cães vinham lamber-lhe as chagas. 22 Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão; também o rico morreu e foi sepultado.
23- E da morada dos mortos, no meio dos tormentos, este, levantando os olhos, viu ao longe Abraão e, perto dele, Lázaro. 24- E gritou para ele: Pai Abraão, tem piedade de mim, e manda que Lázaro molhe na água a ponta do dedo para me refrescar a língua, pois sou atormentado por estas chamas. 25- Mas Abraão respondeu: Filho lembra-te de que recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males; agora, porém, ele encontra consolo e tu és atormentado. 26- E, além do mais, entre nós e vós existe um grande abismo, de modo que, mesmo querendo, não é possível passar daqui para junto de vós; nem tampouco pode alguém atravessar dc lá até nós. 27- Ele replicou: Então, Pai, eu te suplico, envia Lázaro até a casa de meu pai, 28- pois tenho cinco irmãos; que ele os avise, para que não venham eles também para este lugar de tormento. 29- Respondeu-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. 30- E ele insistiu: Não, pai Abraão, mas se alguém dentre os mortos for procurá-los, eles se converterão. 31- Respondeu-lhe Abraão: Se não escutam nem a Moisés, nem aos  profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se deixarão converter.



Comentário – Lucas 16, 19 a 31

O evangelho de Lucas é o único a narrar este relato que ilustra o perigo da riqueza e propõe um apelo à conversão. Nesta passagem podemos destacar duas partes. Na primeira percebemos o contraste entre o rico e o pobre, antes e depois da morte, com a inversão total da situação (16,19-26). Enquanto que na segunda parte ocorre o diálogo entre o rico atormentado na morada dos mortos e o pai Abraão, para concluir com o convite à conversão antes que seja tarde (16,27-31).

O evangelho de hoje nos alerta do risco fatal da riqueza, que fecha o homem aos outros e, sobretudo, à urgência da conversão que leva à fé. O evangelho não privilegia, nem condena uma condição econômica ou outra, a pobreza ou a riqueza, mas certamente dá a entender que a conversão e a fé não podem amadurecer sem fazermos uma autêntica experiência com a Palavra de Deus. 
  
Portanto, que a partir dessa leitura lucana, possamos abrir o coração à ação do Espírito Santo em nós.  Para que, libertos da escravidão da riqueza possamos, cada vez mais, vivermos uma vida simples e humilde. Que nosso coração cresça na caridade e na pobreza evangélica. Pobreza que não significa, necessariamente, ausência de dinheiro, mas um coração livre para amar a Deus e o próximo.

Por: Sem. Anderson Souza
2º Ano de Teologia

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sagradas Escrituras

Mês de Setembro: Mês da Bíblia 





Sagradas Escrituras:
“Palavra de Deus em Palavras humanas”.





Como foi mencionado na última postagem dessa série, é de grande importância que evitemos  determinadas interpretações e maneiras de leitura das Sagradas Escrituras que podem causa a  deturpação  do verdadeiro sentido da Palavra.
Portanto, é necessário que evitemos a: 

Leitura Fundamentalista – interpretação do texto sagrado ao pé da letra, sem buscar o sentido que está por trás da narrativa. Esse tipo de leitura leva ao fanatismo, a uma defesa exagerada e violenta das próprias ideias sobre as Escrituras. Este tipo de leitura desencadeia na negação do diálogo, e por fim a atitudes extremistas.

          Leitura apologética – Utilização dos textos para defender ideias ou doutrinas que não estão presentes neles (Apologia quer dizer defesa). Isso leva a um tradicionalismo colocando a religião, a doutrina e os ritos acima da busca da Verdade e da defesa da Vida;

 Leitura intimista: interpretação dos textos exclusivamente em benefício pessoal; a pessoa pensa ser o único destinatário da Palavra. Isso leva a pessoa a um emocionalismo, ou seja, lê a Palavra só com os sentimentos, sem usar a razão, como se a Bíblia fosse um livro de auto-ajuda; absolutizando os textos agradáveis e negando textos mais duros.

Leitura esotérica – Uso da Bíblia como se fosse um livro de fórmulas mágicas, de ciências ocultas (Esotérico quer dizer oculto). Leva a um misticismo, ou seja, crer que existem na Bíblia conhecimentos acessíveis somente a poucos privilegiados; o indivíduo passa a citar frases isoladas como se fossem palavras mágicas; geralmente quem faz este tipo de leitura usa a Bíblia para fazer previsão do futuro.

 Leitura reducionista – Reduz os textos sagrados à dimensão religiosa e despreza todos os aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. Isso leva a pessoa a um perigoso devocionismo.

 Leitura materialista – É a interpretação da Palavra de uma forma puramente científica; negando a inspiração divina dos textos. Isso leva a um intelectualismo, ou seja, aborda os textos de maneira puramente racional, como se a Bíblia fosse um baú de fósseis.

Leitura espiritualista – Utiliza os textos apenas para a salvação pessoal, sem preocupação com a vida do irmão. Geralmente pessoas assim tendem a ser moralistas.

Sem. Diego Novaes

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

 A Faculdade Dehoniana de Taubaté convida para:

 

Semana Filosófica & Teológica 2012

Tema: As janelas de um tempo revolucionário - Década de 60

Proposta: Uma releitura do período em que surge o Concílio Vaticano II, lembrando as comemorações de cinquenta anos do mesmo neste ano, a partir das perspectivas teológicas, filosóficas e histórico-políticas daquela época. 

Serão realizadas palestras, debates, atividades culturais entre outros momentos. 



PROGRAMAÇÃO


01/10/2012 - segunda-feira

8h                         Apresentação do CORDE

8h15                     Fala de abertura com diretor Prof. Dr. Pe. João Carlos Almeida

8h45                     1ª Palestra - Perspectiva Teológica da Década de 60
     Dom Paulo Mascarenhas Roxo (Bispo emérito da Diocese de Mogi das Cruzes)
9h45                       Questões

10h                         Intervalo

10h30                     2ª Palestra - Perspectiva Filosófica da Década de 60
      Prof. Dr. Maurílio José de Oliveira Camello
11h30                     Questões e debate

02/10/2012 - terça-feira

8h                           Fala de abertura dos trabalhos do dia

8h15                       1ª Palestra - Perspectiva histórico-política da Década de 60
       Prof. José Antônio Abrahão
9h15                       Questões

9h45                       Intervalo

10h10                     Debate
       Prof. MSc. Silvio Costa

19h30                     CINEFORUM – Filme: "Z" (Diretor: Costa-Gavras)

03/10/2012 - quarta-feira

8h                           Fala de abertura dos trabalhos do dia

8h30                       Oficinas temáticas

9h45                       Questões finais

10h                         Momento cultural
       Apresentações diversas
       Coquetel



Promoção e Realização
Faculdade Dehoniana
Centros Acadêmicos de Teologia e Filosofia

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Mundo novo surgirá, homens novos nascerão! (texto 1)


Série: Mundo novo surgirá, homens novos nascerão!

Pecados sociais

Num mundo onde as luzes da fé e da razão se confundem, somos continuamente chamados e alertados por Deus para continuarmos remando contra as ondas da descrença figurativa e do ceticismo.
É notável em nossa sociedade a deturpação de conceitos religiosos e morais em favor de uma suavização das conseqüências que o erro, que o pecado, causa.

Para entendermos qual o nosso papel e missão frente a esse desafio é preciso ter em mente que com o tempo, o mal toma novas formas e se adapta no uso de diversas máscaras, que a princípio parecem relativas, mas, não são, são objetivas e causam estragos catastróficos.

Dom Gianfranco Girotti
(Regente Emérito da Penitenciária Apostólica)
Hoje, quero falar com vocês sobre as “novas” formas de pecado, os pecados sociais.

Sobre isso, Dom Gianfranco Girotti, regente emérito da Penitenciária Apostólica da Santa Sé diz: “Se, no passado, o pecado tinha uma dimensão demasiadamente individualista, hoje possui uma valência, uma ressonância, além do individualismo, mas, sobretudo social por causa do grande fenômeno da globalização. De fato, a atenção ao pecado se apresenta mais urgente hoje do que no passado. Por causa dos seus reflexos quem são mais amplos e mais destrutivos.”

Podemos, justamente por conta de estar “figurados”, nos perguntar:
Onde estão e quais seriam essas novas formas de pecado?
Como elas se manifestam?

Dom Gianfranco, respondendo a essa questão, continua “Antes de tudo, na área da bioética, aonde não podemos deixar de denunciar algumas violações nos direitos fundamentais da natureza humana através de experimentos, manipulações genéticas.

A área das drogas também é social. Ela enfraquece a psique e se obscura a inteligência deixando muitos jovens fora do circuito eclesial. Outro exemplo se encontra na realidade econômica aonde os mais pobres se tornam sempre mais pobres e os ricos, sempre mais ricos, alimentando uma insustentável injustiça social. Exemplifico, ainda, a área da ecologia que possui, hoje, um relevante interesse.”

Não só Dom Gianfranco, mas também o Santo Padre Bento XVI recentemente num de seus pronunciamentos falou sobre.
E, segundo o Santo Padre, essas transgressões, que vão além dos direitos individuais, têm dimensão social e produzem impactos grandiosos.
Além de diagnosticá-los tão presentes no mundo em que vivemos, Bento XVI, assim como Dom Gianfranco, cita alguns deles: Desigualdade social, manipulação genética (manipulação na/da espécie humana), uso e tráfico de drogas e poluição ambiental.

Irmãos, diante dessas realidades, hora ocultas a nosso saber, mas agora reveladas claramente pela Igreja, temos que assumir nosso papel de cristãos alinhados ao evangelho e denunciar tudo aquilo que tem sido sinal de morte. Visto que a referência para essa concepção é sempre à relação da aliança com Deus e com os irmãos, quando ficamos alheios à denúncia das novas formas de pecado social, estamos rompendo essa aliança, pois, os mesmos, além de causar males a nós mesmos (quer consciente ou inconscientemente), trazem reflexos e conseqüências espantosas.

Profeticamente e concretamente somos chamados a lutar contra tudo o que fere nossa condição de filhos de Deus, e essa luta deve dar-se no nosso cotidiano, em nossas casas e comunidades, nos locais de estudo e trabalho, em nossos bairros e cidades.

É preciso que tomemos consciência do poder de articulação e da ressonância de nossa voz na sociedade e assim façamos a diferença, na certeza de que desse modo contribuímos para a instauração do Reino de Deus que transforma e nos faz reinventar e reavaliar a vida, trazendo a eternidade mais perto do aqui e do agora.


Deus nos abençoe e nos faça sinais de sua presença no mundo!

Seu amigo, 

Seminarista Gabriel Ribeiro.

domingo, 23 de setembro de 2012

25º Domingo - Tempo Comum




Evangelho (Marcos 9,30-37)



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará. 
32Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. 
33Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?”
34Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. 
35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”
36Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse:37“Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”. 


- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.
 Comentário :
 
Neste Domingo, Jesus ensina aos seus discípulos e a cada um de nós sobre a importância do serviço, ou melhor, colocar-se na condição de servo, pois aquele que quiser ser o primeiro entre todos deve servir. Desta maneira Jesus abre o coração de seus discípulos que debatiam sobre quem era o maior, estavam aprisionados em questões relacionadas à ambição e o prestígio mundano.
Jesus dá testemunho que a humildade é que deve prevalecer em nosso proceder na comunidade, pois é aí que realizamos grandes obras aos nossos irmãos e irmãs. Portanto, é necessário que deixemos o espírito mesquinho de competição que muitas vezes causam divisões e discussões, como aconteceu com os seus discípulos.
Aquele que se coloca como último faz a escolha certa, que deve ser uma escolha livre, sem sentimentos de inferioridade, pois aquele que se coloca a serviço é capaz de superar qualquer tipo de egoísmo em seu coração. Que as palavras de Jesus neste Domingo transformem os nossos corações e nos faça cada vez melhores e que abandonemos toda a ambição mundana que nos afasta do Reino.

Sem. Thales Nogueira