2. A PROMOÇÃO DA FAMÍLIA
A
família é o primeiro lugar no qual a pessoa tem a possibilidade de
crescer, realiza sua humanidade, encontra terreno para o seu pleno
desenvolvimento. A família nasce da liberdade das pessoas e corresponde
ao desígnio de Deus. O amor humano, vivido na plena reciprocidade de
afetos e de responsabilidade, alcança sua plenitude quando se funda no
sacramento do matrimônio e dá vida a um vínculo entre o homem e a mulher
que se amam, que tem dimensão pública, estável, fiel, é aberto a gerar
vida e a acolhê-la, protegido pela indissolubilidade, alimentado pela
presença de Jesus Cristo morto e ressuscitado. A família expressa a
maior cooperação entre os sexos e entre as gerações, pois seus membros
vivem o dom sincero de si até com sacrifício próprio para o bem do
outro, imitando Jesus que se doa a nós até o fim, experimentando a mais
intensa comunhão entre pessoas, conforme a imagem da Santíssima
Trindade. Por isso, a família difunde no seu interior e ao seu redor um
clima de cuidados e de solidariedade, constituindo assim o maior recurso
para a pessoa e para a sociedade. A Igreja se preocupa com a forte
tendência da cultura atual que não mais valoriza o dom de si para o bem
do outro, antes, dá o privilégio ao bem estar individual, até mesmo com
sacrifício de outros, como documenta a decisão do STF que privilegia o
bem estar da mãe, sacrificando a vida do seu bebê portador de
anencefalia. Esta tendência transborda os limites jurídicos, torna-se
mentalidade comum e está na origem da maioria dos conflitos familiares,
das agressões, das violências, do descaso. A família constrói um estilo
de vida que promove a solidariedade e a paz, e isto é de interesse de
toda a sociedade. Por isso, ela merece ser protegida e não
descaracterizada pelo Estado como acontece quando qualquer união com
base afetiva é a ela equiparada, mesmo faltando as características que a
identificam.
Continuaremos nossa leitura desta Carta de Dom Petrini amanhã.
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