quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PARABÉNS MONSENHOR LUIZ CARLOS TAVARES !!!


Na foto: à esquerda concelebra Mons. Luiz Carlos Tavares (ainda não havia recebido o título),
 preside a eucaristia Dom Benedito Beni, e ao lado direito Pe. Valdecy Ferraz.


No dia 20 de janeiro de 2013, nossa Diocese recebeu a feliz notícia que o Santo Padre o Papa Bento XVI concedeu o Título de Monsenhor ao Padre Luiz Carlos Tavares, da Paróquia Senhor Bom Jesus em Cruzeiro – SP, por ocasião dos seus 25 de ministério sacerdotal.
 Este título denominado “Capelão de Sua Santidade”, consiste em um reconhecimento da Igreja Universal pelos trabalhos prestados à Igreja e ao povo de Deus. Mas, infelizmente muitos não têm conhecimento da importância deste título concedido aos presbíteros da Igreja. Pouco se sabe sobre sua origem e significado. Então, surgiu à oportunidade de escrever um pequeno artigo sobre este assunto abordando sua história na Igreja, os procedimentos de indicação e nomeação, e os graus pertencentes a este título.




O Título de Monsenhor: sua história, definição e graus.
                                            
                                                                     Sem. Thales Nogueira Pereira Nascimento
                                                                                              2º Teologia

1.1  História

O termo Monsenhor surgiu há muito tempo, desde o período em que o papado tinha sua sede em Avinhão, na França do século XIV.
 Portanto, os bispos eram chamados nesta região de “Mon seigner”, ou seja, “meu senhor”. Os presbíteros que trabalhavam na corte do Papa, também recebiam certos privilégios concedidos pela Igreja, bem como membros de órgãos jurídicos vinculados ao Papado. Os privilégios que eram concedidos a estes presbíteros eram a utilização de insígnias espiscopais, ou seja, em alguns casos, o uso do anel e da cruz peitoral, solidéu e até mesmo o uso da mitra.
            Com o passar dos anos foram sendo organizados vários títulos de monsenhor chegando a totalizar quatorze graus. O Papa Paulo VI em Motu próprio datado de 28 de março de 1968, chamado Pontificalis Domus, reduz a três os títulos de monsenhor. São eles, Protonotário Apostólico Numerário (ou Supranumerário), Prelado de Honra e Capelão de sua Santidade, abolindo assim, alguns privilégios. Portanto, também, ficou definido no Motu próprio de Paulo VI que, os monsenhores são considerados membros da Família Pontifícia, juntamente com os leigos que são nomeados unicamente pelo Romano Pontífice.
            Em alguns países como a Itália, os bispos e arcebispos recebem o tratamento de “Monsignore”, um exemplo “Monsignore Filippo Santoro, Arcivescovo di Taranto” (Monsenhor Filippo Santoro, Arcebispo de Taranto). Também, os sacerdotes que estão para receber a Ordenação Episcopal devem ser chamados desde o dia de sua nomeação pública até o dia de sua ordenação de Monsenhor. Em caso de Sede Vacante na Igreja Particular, o então eleito Administrador Diocesano recebe o tratamento de Monsenhor “Capelão de Sua Santidade”, enquanto ocupar este cargo, tendo o privilégio de usar a batina preta com faixa e botões violáceos.

1.2  Definição

O Título de monsenhor é conferido somente pelo Romano Pontífice, e trata-se de um título honorífico de distinção. Geralmente este título é concedido a um presbítero do clero secular, ou seja, incardinado em uma Igreja Particular (Diocese ou Arquidiocese). O Ordinário Local (Bispo) faz a indicação dos presbíteros de sua diocese através da Nunciatura Apostólica, enviando-lhe os nomes e as respectivas biografias dos candidatos. Portanto, o Santo Padre, confere o título ao sacerdote. O número de monsenhores não pode ultrapassar de 10% do número de presbíteros incardinados na Diocese.
Assim, recebida a distinção, a Secretaria de Estado da Santa Sé emite um certificado com o grau do título. Portanto, trata-se de um título honorífico, ou seja, de homenagem e reconhecimento ao sacerdote que desempenhou bem seus serviços à Igreja no decorrer de seu ministério. Não se trata de um cargo eclesiástico ou um grau do sacramento da Ordem, pois continua sendo presbítero da Igreja assim como os demais, mas com uma distinção de reconhecimento da Igreja, possuindo privilégios conforme o grau do título que lhe foi concedido.

1.3 Graus do título de “Monsenhor”

a)      PROTONOTÁRIO APOSTÓLICO: Primeiramente este título é concedido aos presbíteros que são membros da Cúria Romana. Também é concedido pelo Papa juntamente com seus privilégios a um sacerdote que mora fora de Roma.
PRIVILÉGIOS: Batina preta com botões vermelhos e faixa violácea, barrete preto com borla vermelha.  Nas liturgias, batina violácea com faixa e sobrepeliz, manteleta e o barrete.
NUMERÁRIOS: Responsáveis por documentos papais são atualmente em seis prelados.
SUPRANUMERÁRIOS: Título meramente honorífico a um presbítero que habita fora de Roma, um exemplo próximo, o fundador dos Arautos do Evangelho Mons. João S.Scognamiglio ScognamiglioClá Dias, que também, é Cônego do Cabido Liberiano da Basílica de Santa Maria Maior.


VESTIMENTAS DE UM PROTONOTÁRIO APOSTÓLICO (Numerário ou Supranumerário).


                                                                                         


b) PRELADO DE HONRA DE SUA SANTIDADE: (Anteriormente chamado de Prelado Doméstico). Este título sempre esteve ligado à corte do Papa, exemplo os Cerimoniários Pontifícios, o Maestro da Capela Pontifícia “Sistina”, entre outros ofícios. Também pode ser conferido a um sacerdote que esteja fora de Roma incardinado em uma Igreja Particular, assim solicitado pelo Ordinário Local. É necessário, que o presbítero possua ao menos 45 anos de idade e 10 de sacerdócio para ser agraciado com o título.
PRIVILÉGIOS: Batina preta com botões vermelhos e faixa violácea, barrete simples de padre (pouco usado). Nas liturgias Batina violácea com faixa e sobrepeliz.


             VESTIMENTAS DE UM PRELADO DE HONRA DE SUA SANTIDADE






















c)      CAPELÃO DE SUA SANTIDADE: (Chamado anteriormente de Camareiro Secreto). Este título é bem presente nas dioceses, pois são concedidos aos presbíteros, que por muitos anos, dedicaram seu ministério sacerdotal na Igreja Particular à qual estão incardinados. Principalmente ao zelo às almas, e na fidelidade ao Romano Pontífice. Em algumas circunstâncias pode ser concedido a um presbítero que celebra seu Jubileu Sacerdotal (25 anos, 50 anos). Não possuí autoridade canônica.
PRIVILÉGIOS: Batina preta, faixa e botões violáceos e barrete com borla violácea. Nas liturgias somente barrete e sobrepeliz.


VESTIMENTAS DE UM CAPELÃO DE SUA SANTIDADE
        

                                 


Observação Importante: Quando afirmo “Nas liturgias” (somente participação), consiste quando o presbítero agraciado com o título não concelebra ou não preside a celebração, mas participa juntamente com a assembléia. Do contrário, ele utiliza os paramentos próprios da celebração (Alva, Estola, Cíngulo, Casula, Barrete ou Capa Pluvial no caso da Celebração da Liturgia das Horas, entre outras celebrações). Esta observação se baseia para todos os graus do título.


REFERÊNCIA

- Carta Apostólica em forma de Motu Proprio, Pontificalis Domus, de Sua Santidade o Papa Paulo VI, de 28 de março de 1968.
- Disponível no site www.vatican.va, em italiano.


Agradeço a oportunidade e espero ter contribuído no esclarecimento desta questão, Obrigado e um Grande Abraço a Todos!!!!


5 comentários:

  1. Parabéns Thales!
    Seu artigo ficou muito bom!
    Certamente colabora muito para conhecermos as riquezas de nossa Igreja!

    Deus te abençoe!!!

    ResponderExcluir
  2. Parabéns - Excelente esclarecimento!

    ResponderExcluir
  3. Thaís, o Padre João, depois Monsenhor, depois Bispo de Lorena tb usou essa vestimenta. Isso qd ainda morava aí em Lorena....
    Bjs da prima....

    ResponderExcluir
  4. Bem comentado Cecília Beatriz! Afinal, como mencionado no texto "os sacerdotes que estão para receber a Ordenação Episcopal devem ser chamados desde o dia de sua nomeação pública até o dia de sua ordenação de Monsenhor". Fazendo lembrança de nosso saudoso Dom João Hipólito de Moraes.

    ResponderExcluir
  5. Parabéns Thales, muito bem explicado!

    ResponderExcluir