Irmãos e irmãs que
acessam o blog de nosso seminário,
a vós e a todos aos que estas palavras
chegarem,
“Pax et Bonum”!
Como aqui diversas vezes já abordamos,
vivemos numa sociedade tomada por um sistema
ético que rejeita toda forma de fé e devoção religiosas, e, aceita como
diretrizes apenas os fatos e influências derivados da vida presente, sistema
esse que rejeita a intervenção transcendental, a intervenção divina, e reduz a
relação entre Criador e criatura a mero fatalismo de contextualizações
históricas e psíquicas assumidas pelo ser.
Frente a esse sistema implantado em todas as
culturas modernas, observamos grande crise religiosa, crise de moral e fé
cristã, crise entre o povo de Deus, o povo da Igreja.
Diante dessas crises, por vezes nos questionamos: o
que fazer para tornar nossa evangelização e nossa fé mais concreta e
convincente aos olhos dos que a colocaram como segunda opção ou até mesmo a rejeitaram?
O Santo Padre Bento XVI mostra-se preocupado com
essa questão e, nos relata: "Desde
o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de
redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a
alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da
Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os
Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora
do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele
que dá a vida, a vida em plenitude». Sucede não poucas vezes que os cristãos
sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da
fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua
vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas
frequentemente acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível
reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo
aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é
assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que
atingiu muitas pessoas." (Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Porta
Fidei § II).
Eis, pois, que em 11 de outubro de 2012, somos conclamados pelo Vigário
de Cristo a iniciar na Igreja o Ano da Fé.
Essa data, muito significativa para nós, coincide com dois
"aniversários": o 50º aniversário
da abertura do Concílio Vaticano II e o 20º aniversário da promulgação do
Catecismo da Igreja Católica.
A Igreja, com Alegria e Esperança, nos faz um
convite para retornarmos as fontes de nossa fé, para conhecermos o que cremos e
daí professarmos seguramente nossa crença. A Igreja nos convida, independente
de nosso estado de vida, clérigos, religiosos, consagrados ou leigos, a
estudarmos a riqueza da tradição apostólica e doutrinal contida em nossos
documentos, em especial nos do Concílio Vaticano II e no Catecismo.
A Igreja como Arca da Aliança, nos convida a
criarmos em nossas paróquias um ambiente de discipulado para que todos vivam
com o Mestre Jesus uma experiência de amor e sejam por Ele seduzidos, não só
pelas experiências místicas, mas também pelo conhecimento daquilo que, por
força do Espírito, Ele a inspirou, e ela se encarregou de documentar e passar
de geração em geração até os nossos dias.
A Igreja como Luz das Gentes, nos convida a
intensificarmos a celebração da fé na liturgia, em especial na eucaristia,
fonte e ápice de nossa missão e caminhada.
E ainda, nos convida para testemunhar no mundo a fé
e a beleza do encontro com Cristo que orienta nosso viver e muda nosso jeito e
nossos relacionamentos com a/em sociedade.
A Igreja nos faz todos esses convites porque “Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique
escondida (cf. Mt 5,
13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir
como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber
na sua fonte, donde jorra água viva (cf.Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de
nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do
Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De fato, em nossos dias
ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não
pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna»
(Jo 6, 27). E a questão, então posta por
aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos
nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de
Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho
para se poder chegar definitivamente à salvação” (Porta Fidei § III).
Caros irmãos e irmãs, esforcemos de todo coração para corresponder
aos apelos da Igreja. Que o Ano da Fé (que hoje abrimos solenemente em nossas
paróquias e no dia 18, quinta feira próxima, com toda nossa diocese na
Catedral) sirva para nós como oportunidade de evangelização e reevangelização
de todo o povo de Deus, que nesse santo ano possamos viver concretamente o “aggiornamento”
proposto pelo Vaticano II e efetivamente sejamos “sal da terra e luz do mundo”.
Junto desse texto segue o link onde vocês podem ter acesso à Carta
Apostólica em que Bento XVI proclama o Ano da Fé, donde tiramos referências
para a produção destas nossas colocações. Segue também uma imagem explicativa
do logo do Ano da Fé (para melhor visualização recomento abrir a imagem).
Deus nos abençoe e nos dê a graça de um
bom e santo Ano da Fé!
Em Cristo,
Propedêutico
Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio PORTA FIDEI: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20111011_porta-fidei_po.html
Logo do Ano da Fé:
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