quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dom Beni faz comentário da Leitura Breve na Hora Tercia no encerramento do Sínodo dos Bispos e fala da caridade que os uniu nesse tempo.

Na última sexta-feira, dia 26, Dom Beni, nosso bispo, foi escolhido para fazer o comentário da leitura da hora Tercia do Ofício Divino, durante a Congregação do Sínodo dos Bispos.


O prelado disse que: "São Paulo foi ao mesmo tempo apóstolo, missionário, teólogo, pastor e místico. O maior missionário da Igreja. Não existe um tema da Teologia que São Paulo como teólogo não tenha tratado ao menos implicitamente. São Paulo foi um grande místico. A união do amor com Cristo, componente de sua Fé, foi de tal modo profunda, que São Paulo pode dizer: eu estou revestido de Cristo. E mais ainda: "não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim". No Capítulo XII da Primeira Carta aos Coríntios, São Paulo revela-se como o teólogo da comunhão eclesial.

Neste texto da Carta aos Filipenses que escutamos, ele revela-se como pastor que cuida da comunhão de seu rebanho. Antes de escrever as palavras que acabamos de ouvir, São Paulo refere-se a sua união com Cristo e a sua união com a Igreja, corpo de Cristo, quando afirma: "pois de ambos os lados me sinto pressionado, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, pois isso é muito melhor; e sem embargo, continuar na carne é mais necessário por causa de vós" (Filipenses 1, 23-24).

Não se trata de permanecer em seu corpo físico mas no corpo da comunhão eclesial neste mundo. Ele mesmo explica: estou persuadido que permanecerei e continuarei a permanecer no meio de todos, para o progresso e alegria de vossa fé (Filipenses 1, 25).

Em seguida, São Paulo menciona seus sofrimentos por Cristo, sua luta pelo anúncio do Evangelho. Mas o que conforta a São Paulo em seu sofrimento por Cristo e pelo anúncio do Evangelho é saber que os filipenses vivem a vida cristã mantendo a caridade recíproca. Caridade que leva aos filipenses a não fazer nada por rivalidade ou por vanglória.

A caridade na comunidade consiste em ter os mesmos sentimentos de Jesus Cristo.
A comunhão eclesial consiste antes de mais nada na comunhão com Cristo. Ou seja, não é fruto de um esforço voluntário de nossa parte. É antes de mais nada, comunhão em graça. Comunhão que é fruto da Graça. A caridade, do do Espírito Santo derramado em nossos corações, é o carisma que coordena todos os demais carismas da comunidade.

A caridade leva a cada membro da comunidade a procurar sua identidade, não isoladamente, mas na relação com os outros.
A Igreja como Corpo de Cristo deve crescer até sua plenitude na eternidade. Como recordou o Santo Padre Bento XVI, no discurso inaugural da V Conferência do Episcopado Latinoamericano e do Caribe em 2007, a Igreja deve crescer por atração.

É a caridade o que faz que a Igreja cresça por atração. Sem atração a Igreja não consegue evangelizar.
Eu creio que esta Assembleia Sinodal, que já está chegando ao seu final, foi para todos nós uma profunda experiência de comunhão eclesial e de corresponsabilidade episcopal, ao redor do sucessor de Pedro. Seguindo as palavras do apóstolo: permanecemos unânimes e concordes. Não fizemos nada por rivalidade ou vã glória. A Caridade de Cristo nos uniu nestes dias".

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