A Igreja nasceu com a missão de profetizar inspirada em grandes profetas do Antigo e Novo Testamento, sobretudo, em Jesus Cristo. Jesus de Nazaré teve a coragem e ousadia de enfrentar a liderança político-religiosa de seu tempo, para defender a justiça e a vida. A partir de Cristo, a Igreja primitiva começa sua missão de ser “profeta”, na sociedade. Mas com o passar do tempo parece que esse ideal profético foi se perdendo, dando lugar para interesses particulares e individuais.
É claro que as mudanças de épocas ocorridas na história contribuíram muito para esse esfriamento profético. Mas o que não mudou é o valor da vida do ser humano e sua dignidade de pessoa. Nossa Igreja atual precisa recuperar a dimensão profética e ser, concretamente, um agente transformador. Ao longo da história temos como exemplos grandes profetas que, em nome de Deus, desafiaram muitos sistemas políticos denunciando a injustiça e opressão.
Atualmente está em questão a aprovação do aborto. Estamos diante de uma inversão de valores, a vida já não tem mais importância. Políticos procuram motivos para legitimar o “assassinato”. Mas qual é a posição de nós cristãos diante dessa problemática? Independente de religião, doutrinas e cultura, como estamos reagindo em relação a essa lei abortiva?
Por isso, a necessidade de teólogos comprometidos com a defesa da vida. Não podemos ser apenas intelectuais de “gabinete”, alienados à realidade social. Concordo que a Igreja tem produzido bastantes documentos e diretrizes, mas a dimensão da “práxis”, ainda está muito longe de atingir o povo. Devemos assumir nossa missão de batizados, e sermos autênticas testemunhas de Jesus Cristo. A mensagem evangélica precisa sair dos púlpitos a atingir a realidade concreta. Isto é, “ser” Igreja no mundo.
O profetismo da nossa Igreja católica se esfriou, mas não acabou. Uma das poucas vozes moral na sociedade, ainda é a da Igreja. Sua missão é evangelizar e defender os direitos do ser humano. Que a Igreja, sustentada pela graça de Deus, continue a ser um sinal de esperança na sociedade. E, que com o auxílio da teologia, possamos dialogar cada vez mais com a modernidade e seus desafios.
“A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na «missão» do Filho e do Espírito Santo”.
Decreto AD GENTES - Vaticano II
Sem. Anderson Luiz de Souza 2º ano Teologia |
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