Mês de Setembro: Mês da Bíblia
Sagradas Escrituras
Hoje vamos dar uma pausa em nosso estudo e meditarmos sobre:
BÍBLIA:
Um alimento para a vida
“A palavra de Deus é viva e eficaz (Hebr. 4,12)
capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados, (At. 20,32; cfr. 1
Tess. 2,13)”.
Após o Concílio Ecumênico Vaticano II, nossa Igreja
Católica está despertando para a importância da formação bíblica, sobretudo,
dos leigos. É urgente desenvolvermos uma cultura bíblica, mas para isso, são
necessários métodos e muito empenho, principalmente de nós que estamos fazendo
teologia. E também, dos padres que são os educadores da fé e da moral do povo;
e são os grandes animadores da comunidade. O Documento de Aparecida no n° 247
os bispos afirmam: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer Jesus Cristo e
renunciar anunciá-lo”. Por isso é necessário educar o povo na leitura da
Bíblia. Assim, ela se tornará alimento e, que por experiência própria, eles
vejam que as palavras de Jesus são Espírito e vida. Os discípulos de Jesus
precisam se alimentar também do Pão da Palavra. Porém, essa aproximação das
Sagradas Escrituras não pode ser apenas intelectual, mas de coração.
Aparecida destaca quatro grandes
eixos de formação: a experiência religiosa, a vivência comunitária, o
compromisso missionário e a formação bíblico-doutrinal. Os fiéis precisam se
aprofundar no conhecimento da Palavra de Deus, visto que essa é a única maneira
de amadurecer sua experiência religiosa (DAp n° 226). Portanto, os bispos
reunidos em Aparecida, em consonância com o Vaticano II, afirmam a necessidade
da formação bíblica para o povo de Deus. Que possamos ser dóceis ao Espírito
Santo e atentos aos sinais dos tempos.
O
Concílio Vaticano II em sua Constituição Dogmática Dei Verbum, insiste na
formação bíblica para os cristãos. A Palavra de Deus deve estar sempre ao
dispor de todos e em todos os tempos. Ela nos exorta a aprender a “eminente
ciência de Jesus Cristo”, com a leitura freqüente das Sagradas Escrituras (cf.
DV n° 25). Compete aos sagrados pastores ensinarem o rebanho a ele confiado,
sobretudo o Novo Testamento e os evangelhos. A
ciência bíblica cresceu e evoluiu. Para Carlos Mesters alguns aspectos das
Sagradas Escrituras poderiam ser atualizados, não se trata, porém, de erros que
deveriam ser corrigidos. Trata-se de ter um conhecimento mais claro da história
do povo de Deus que nos permite atualizar para nossos dias. Em seu livro “Deus
onde estas?”, Carlos Mesters propõe uma formação prática sobre a Bíblia. Isto
é, um curso feito a partir das perguntas e problemas e interrogações de um
grupo.
O Papa Bento
XVI em sua Exortação Apostólica Pós Sinodal Verbum Domini, destaca que é
preciso interpretar a Bíblia dentro do contexto atual, ou seja, atualizar a
mensagem evangélica para o público alvo. E para isso é necessário a formação
bíblica nas paróquias, sobretudo, para a liderança (CPP, MECE, Catequistas,
leitores); e também para os leigos interessados em se aprofundar nas Sagradas
Escrituras (cf. VD n° 29).
O
Espírito Santo, que anima a vida da Igreja, é que torna capaz de interpretar
autenticamente as escrituras. A Bíblia é o livro da Igreja, e a partir da
imanência dela na vida eclesial, brota também a sua verdadeira hermenêutica.
São Jerônimo nos recorda que, sozinhos, nunca poderemos ler a Bíblia.
Encontramos demasiadas portas fechadas e caímos facilmente no erro. Daí a
urgente necessidade de mais círculos bíblicos que possam ajudar o povo de Deus,
a encontrar na Sagrada Escritura, um alimento sólido para suas vidas.
Portanto, a formação bíblica nas
paróquias é imprescindível. Pois, quanto mais ensinarmos as pessoas a ler e
meditar a Palavra de Deus, mais cristãos autênticos teremos. Sem nos
esquecermos da dimensão de seguimento. A mensagem evangélica é essencialmente
missionária. Nunca devemos esquecer que na base da vida cristã está a Palavra
anunciada, acolhida, celebrada e meditada na Igreja. O Papa Bento XVI ressalta
na Verbum Domini, que para a interpretação das Escrituras é necessário a fé
eclesial, isto é, as formações bíblicas, precisam estar vinculadas a Igreja. Ao
contrário, correremos o risco de cairmos em interpretações subjetivistas e
fundamentalistas da Palavra de Deus. Que
esse mês seja para nós, muito mais que apenas uma recordação das Sagradas Escrituras.
Precisamos despertar em nós, através do Espírito Santo, o desejo de nos
aprofundarmos na Bíblia. Para que, assim, possamos cada vez mais experimentar o
amor de Deus, expressado na história de um povo, que chegou até nós hoje, por
meio da Bíblia. A Palavra de Deus é para
nós, “Lâmpada para nossos pés e luz para o nosso caminho” (Salmo 119, 105). Ela
é a revelação do plano de Deus, é a Palavra de Deus em linguagem humana.
“A Sagrada Escritura é a
palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo”. (Dei
Verbum n°8).
Sem. Anderson
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